Blog de casa nova!

27 nov

Este blog se mudou para www.primeirafila.net

PS: A foto amada desse post é do fotógrafo-lenda Chico Albuquerque.

Maquiagem e saúde dos olhos

19 nov

Adoro Marina Smith, adoro Petiscos, mas fiquei um tanto quanto chocada com esse post sobre um “jeitinho” para rímel ressecado. A recomendação foi para usar soro fisiólogico para amolecer o produto. Uma sugestão aparentemente inocente, já que usamos cotidianamente soro para limpar lentes de contato e os próprios olhos. Pois é, aparentemente. Mesmo com alergia nos olhos, eu costumava fazer isso para não jogar no lixo máscaras que tinham sido tão caras. Até que um dia eu tive uma doença chamada ceratite, que até demorei um pouco a tratar, porque confundi com a velha alergia de sempre. O resultado: perdi as lentes contaminadas, fiquei um ano fazendo tratamento, sem poder usar lentes, só no óculos direto, e gastando uma nota de remédios.

Entre os diversos fatores que podem ter causado a maldita da ceratite, meu oftalmologista cogitou o uso de maquiagem com prazo de validade vencida. Se elas não causaram, podem ter piorado o problema. Pouco depois, meu dermatologista confirmou que o rímel é um dos produtos mais frágeis, em especial os importados, que têm na sua fórmula um componente (não vou lembrar o nome), que rapidamente se deteriora. Bom, eu não fui a única a ter problemas com os jeitinhos de prolongar a vida da máscara, pois várias meninas deixaram comentários semelhantes ao meu por lá. O que me deixou pasma é que todos foram completamente ignorados, e as leitoras continuaram dando mais sugestões de “jeitinhos”: Renu, creme para área dos olhos e até silicone e reparador de pontas.

Deixa eu ver se entendi: não tem problema ter, sei lá, uma úlcera ocular, desde que a máscara Chanel esteja molinha?

Olha, não tem essa de não modificar as propriedades químicas. O próprio tempo, a temperatura, entre outros fatores se encarregam disso. Sei que é difícil aceitar, ainda mais para make up addicted, mas a melhor maneira de não perder dinheiro com rímel endurecido é COMPRAR MENOS. Depois que me convenci disso, passei a ter uma média de quatro máscaras:

O Magix tá aí de metido

 

Tenho a sorte de não gostar de rímel colorido. Pra mim, o velho  preto é o melhor e pronto. Para o dia -a-dia, uma máscara da Clinique, hipoalérgica, ideal para alérgicas a tudo nesse mundo como eu. Se o caso for só de ir ali pegar o pão ou o jornal, vou com a básica transparente da Avon, quase imperceptível, que uso também para manter as sobrancelhas no lugar quando elas acordam meio rebeldes, com saudade da Maura Lima. À noite, fico com o Virtuôse da Lâncome, que graças ao formato do pincel, me deixa com olhos quase de drag (adoro!). Em vez de comprar um grande, preferi um kitzinho de maquiagem que vinha com ele. Em tamanho bem menor, não dá pra estragar. Ainda dos kits de maquiagem, tenho um pequeno da Bourjois pra carregar na bolsa. E tá bom.


Esse rímel é ótimo pra ter na bolsa: do tamanho de um batom

 

A outra dica valiosa para aumentar a durabilidade do rímel é não ficar “bombando” o pincel, pois isso empurra ar pra dentro do frasco. É melhor girar o pincel lá dentro. E também nada de limpar o excesso de produto na borda, use um lencinho de papel. And sad but true: 6 meses de vida útil!

Se você não confia em mim, tudo bem. Fica então com a palavra da expert Vanessa Rozan.

Beatles today

17 nov

Hoje abriremos uma exceção à programação normal desse blog. Um post praticamente só de imagens. Justifico. Hoje e amanhã estarei louca finalizando alguns trabalhos, antes de viajar para O EVENTO. Além disso, peguei uma gripe que tem 24 horas pra se curar e me deixou com uma moleza do cão. Nem arrumar as malas eu arrumei, pra você ver.

Então, sejam legais comigo e aproveitem as imagens. Tudo de coisinhas atuais ou de um passado recente que você pode associar aos Beatles. Algumas mais óbvias, outras menos. Enjoy!

Óculos redondinhos Chilli Beans

Sobretudo e jaqueta Burberry


Jaquetinhas militares da Balmain. Lembra delas?

Calças flare, as famosas adotaram

 

Gravata slim, só o que se viu no Oscar

Consumo de luxo na revista Conexão Net

16 nov

Era pra eu ter postado antes. Leseira minha. Mas enfim… na revista Conexão Net do mês de novembro tem uma matéria sobre consumo de luxo, em que eu falo sobre as mudanças desse conceito no decorrer da história. Obrigada às jornalistas Grazielle e Samaísa pelo contato.

A Conexão Net é entregue aos assinantes da Net em Fortaleza. Se não for o seu caso, dá para ler online. É só clicar na figura para ser encaminhado ao site.

Casa Moda Sebrae: imagens reunidas em livro

16 nov

Mark Greiner


Lindebergue Fernandes


Só uma amostrinha do livro-catálogo Casa Moda Sebrae, que será lançado hoje, para convidados, na Casa Cor Ceará. Acompanhada de um DVD, a publicação apresenta imagens que representam o trabalho de profissionais como Mark Greiner, Ruth Aragão e Cláudio Quinderé, entre outros que expuseram suas peças no espaço. Numa simbiose entre arquitetura, moda e design, o espaço Casa Moda Sebrae é uma criação da arquiteta Andréa Dellamonica. O livro foi coordenado por Ana Naddaf, Gustavo Almeida-Santos e Mark Greiner. As fotos são de Caio Ferreira.

Estilistas e designers participantes: Alysson Aragão, Ana Vilela, Anastácio Jr., Anderson Cleyton, Ayres Jr., Cândida Lopes, J. Cabral, Carlos Capucho, Catarina Mina (Joana de Paula e Celina Hissa), Cláudio Quinderé, Fabiana Maurício, Francisco Matias, Iury Costa, João Sobarr, Kalil Nepomuceno, Lindebergue Fernandes, Mar Del Castro (André e Rafa Castro), Marco D`Julio, Mark Greiner, Melca Janebro, Ruth Aragão, Sei Barros e Sérgio Gurgel.

Eau des Minimes é perfume para tarde de verão

13 nov

Muito calor, Fortaleza. Sempre penso que só banho frio, colônia fresca e picolé de limão salvam uma tarde como essa.

Eu tinha me prometido que iria só comprar um presente pra minha cunhada, mas assim que entrei na L’Occitane, dei de cara com o vidrão do Eau des Minimes. Vidrão mesmo, 500 ml, não tinha como não ver. Aí olhei o rótulo lindo, de estética vintage, me lembrei da recomendação da Mariana e do e-mail que havia recebido da marca, que prometia uma essência leve, cítrica, com um toque de alecrim. Exatamente como eu gosto e mereço num calor como esse de Fortaleza. Experimentei e arrematei por 79 reais, que para MEIO LITRO de perfurme bom é praticamente uma pechincha.

Mesmo sem ser pra presente, a vendedora fez a embalagem com capricho.
Pequenos cuidados que fazem o consumidor se sentir bem.

O estilo de Paul McCartney

13 nov

A trajetória de Paul McCartney em relação ao estilo foi um pouco confusa, tanto nas roupas quanto nos cabelos, com alguns momentos pouco inspirados e até decepcionantes, com vários looks do tipo “tiozinho”. Tenho que admitir, Sir usou mullets. Mas na virada dos anos 2000, ele parece ter encontrado um equilíbrio interessante. Básico, clássico, mas bem mais jovem do que 15 anos antes. Influência da filha Stella?

Vamos lá, recordar é viver (e às vezes se arrepender).

Quando os Beatles se separaram, em 1970, Paul continuou com praticamente o mesmo visual do último show, aquele clássico no telhado do prédio da Apple Records, em Londres: os cabelos ficaram um pouco mais curtos, mas a mesma barba e estilo de paletó, sem gravata. Depois, com os Wings, usou uns mullets, vagou pelo folk com coletes e mangas volumosas, pelo look de camisetas sobrepostas e por uma onda esporte de jaquetas de nylon. No fim da década, adotou um visual mais sóbrio, com cabelos curtos, camisa social e sobretudos.

No início dos anos 80, voltou às jaquetas de couro, calças jeans, camisas xadrez, num visual bem mais jovem. Não se sabe o que aconteceu que antes da década de 90, lá estava ele todo tiozão, de malhas de tricô, calças frouxas e coletes. Na turnê de 1993, que veio ao Brasil, ele vestiu camisa larga de botões e coletinho étnico e os mullets estavam maiores do que nunca. Quando o novo milênio chegou, vimos um novo Paul: paletós alinhados, ajustados, com camisetas básicas, tudo com ar mais jovial. Influência de Stella? Ou o fim do casamento que fez bem?

Enfim Paul parece ter se encontrado, mantendo esse estilo, com pequenas variações, no últimos 10 anos. Calça social reta ou jeans mais largo com camisa social e blazer. As gravatas às vezes são mais largas ou mais slim. Mas o que ele realmente não larga mais são os tênis, que vem usando em quase todas as ocasiões, exposições, avant-premières até fotos de divulgação e flagras de paparazzi. Tem predileção pelo All Star pretinho básico. Particularmente gosto muito desse visual usado na estréia do musical Love (Cirque de Soleil), em que ele foi fotografado com Ringo.

Este é o Paul no Brasil, no show de Porto Alegre

Moda Cor Ceará de olho no novo consumidor

11 nov

A partir de 2011, a tradicional Casa Cor Ceará contará com uma plataforma de moda, a Moda Cor Ceará, com foco no empreendedorismo. Com o selo Fresh Brands, fica bem clara a proposta de investir em marcas capazes de entender o mercado global e as necessidades desse novo consumidor, imerso nas redes sociais e interessado por sustentabilidade, por exemplo.

Além dos desfiles em passarela de 30 metros, haverá mesas redondas e debates para discutir a moda em suas diversas vertentes (arte, cultura, negócios). Alguns nomes estão sendo sondados e são tidos como certos pela organização do evento. A intenção é trazer Jackson Araújo, Lula Rodrigues e Carol Garcia. Se der tudo certo, promete, né?

A idealização e produção do evento conta com o know-how de Iorrana Aguiar (ex-Santana Textiles, Dragão Pensando Moda e Decode Office) e Cláudio Silveira (Dragão Fashion, Iguatemi Mix).

No lançamento da Moda Cor Ceará, ontem, as atenções se voltaram para a palestra de Ângela Hirata, responsável pelo case de sucesso das sandálias Havaianas, que passou de sandália popular à moda pop, calçando pezinhos como os de Gisele Bundchen e Madonna. Ela contou as dificuldades que encontrou quando assumiu o departamento de comércio exterior da Alpagartas: vendas baixas, equipe desmotivada, poucas verbas e o descrédito dos seus próprios chefes.

Em vez de investir em marcas como a Topper (que também faz parte do grupo), que fabrica chuteiras e teria que competir com gigantes como Nike e Adidas, Ângela deu o pulo do gato com um produto praticamente sem concorrência e com cara de Brasil: chinelos coloridos de borracha. Deu um up de auto-estima na equipe, mexeu na identidade visual do produto e com ações precisas junto a celebridades e lojas de referência, como a Galeries Lafayette, conseguiu mídia espontânea e emplacar as Havaianas praticamente no mundo todo.

A idéia estava em seu próprio corpo: Ângela usava um vestido de renda filé comprado no Ceará. Colorido, com informações de moda, étnico sem ser folclórico e a nossa cara. Você não vai encontrar um desses em qualquer lugar por aí.

Para encerrar, nada como um bom exemplo. Mark Greiner apresentou um pocket-desfile com suas noivas dramáticas e teatrais.

(foto de celular, relevem a qualidade)

Biografia dos Beatles em HQ

11 nov

Aproveitando a passagem de Paul McCartney pelo país este mês, chega ao Brasil no dia 27 de novembro, pela editora Conrad, O Pequeno Livro dos Beatles, do desenhista francês Hervé Bourhis. A história em quadrinhos narra a biografia do Fab Four entre 1940 e 2009, compreendendo o período que vai desde a formação do grupo, passando pela dissolução dele e, ainda, retratando as carreiras solo dos integrantes.

Hervé não é nenhum estranho à mistura de quadrinhos e música: é autor de O Pequeno Livro do Rock, que conta a saga do gênero musical partindo de seus primórdios.

(mas esse Lennon do Rubber Soul tá meio mal encarado, não?)

 

Fonte: http://www.rollingstone.com.br

A tal Geração Y, pela Box1824

10 nov

Depois de escovar os dentes e tomar café, a primeira coisa que eu faço é checar meu e-mail, facebook e twitter e acessar o msn. Conheço alguns que são mais hard e já conferem tudo isso no smartphone antes mesmo de se levantar da cama. O fato é que todos nós nascidos de 1980 até meados da década de 90 fazemos parte da chamada Geração Y e somos alvo de inúmeras pesquisas de comportamento. Estamos no auge de nossa capacidade produtiva e temos mais poder aquisitivo que nossos pais na nossa idade. E isso interessa muita gente por aí, na moda, na tecnologia, no marketing…

A Box1824 é um escritório de pesquisa especializada em tendências de comportamento e consumo. Essa semana eles lançaram um vídeo com o resultado de estudos feitos nos últimos cinco anos, que retrata bem a Geração Y. Na verdade, se você faz parte dela, irá achar tudo óbvio. É o nosso dia-a-dia, mas muitas empresas ainda estão tentando compreender esse estilo de vida, esse jeito de pensar e de se relacionar com as outras pessoas e o ambiente. O ponto mais importante é a familiaridade com novas tecnologias, que nos levam a um modo de pensamento não-linear e a vontade de compartilhar idéias e interesses pela rede. Descobri o vídeo pelo Twitter. Sintomático, né?

http://vimeo.com/moogaloop.swf?clip_id=16641689&server=vimeo.com&show_title=1&show_byline=1&show_portrait=1&color=00ADEF&fullscreen=1&autoplay=0&loop=0

We All Want to Be Young (leg) from box1824 on Vimeo.

Só não concordo com a expressão “identidades DETERMINADAS pela internet”. Sou meio purista com essas coisas. Prefiro o termo ATRAVESSADAS, que é o que muita gente vem usando em estudos contemporâneos.

Quase toda banda tem um pouco de Beatles

10 nov

Os Beatles estrearam nas paradas em 1962, com Love Me Do, e a cultura jovem viu nascer um novo fenômeno, só comparável a Elvis Presley naquele momento: The Beatles. Inicialmente os quatro rapazes de Liverpool se tornaram uma febre com um iê-iê-iê dançante e descompromissado. Foi o maior sucesso da indústria fonográfica, um dos melhores exemplos de produto da cultura de massa e sociedade de consumo da época. Até borrachas escolares e jogos de mesa com a cara de John, Paul, George e Ringo eram vendidos. Os ternos e cabelos moptop eram copiados à exaustão.

Em 1967, gravaram aquele que foi considerado o álbum mais revolucionário da história do rock: Sgt. Peppers’ Lonely Hearts Club Band, que foi mais fundo no experimentalismo e psicodelia iniciado em Revolver (meu disco favorito deles, só pra constar mesmo). Embora pouco tocado nas rádios da época, é um dos discos definitivos do rock. Marca também uma saturação da banda com a frebre que eles causavam. Após as roupas paródias dos uniformes militares em cores berrantes, abraçaram as manifestações religiosas do oriente e um estilo de viver e de vestir hippie oposto à imagem anterior deles.

A banda, que foi entertainer e vanguardista, artigo de consumo e contestadora da sociedade, continua sendo lembranda incessantemente. Mais do que influenciar a moda da época, criou um estilo tão atemporal que reverebera até hoje.  Musicalmente isso é óbvio. E esteticamente? Em um ou outro momento, muitos se inspiraram no vestuário, nos acessórios e até nas posesinhas fotográficas dos Beatles.

Beatles

Franz Ferdinand

Killers

Oasis

Coldplay

Amapô em Fortaleza

9 nov

Pra quem mora em Fortaleza e curte os jeans da Amapô, eles estão à venda no Salão das Ilusões. A marca surgiu em São Paulo e ficou conhecida ao participar do Amni HotSpot. Hoje, faz parte do line up da São Paulo Fashion Week.

 

www.salondelasilusiones.com

A evolução do estilo dos Beatles

9 nov

É praticamente um consenso: os Beatles são a melhor banda de rock de todos os tempos. Alguns poucos gatos pingados discordam, eu sigo com a manada e defendo a supremacia de Paul, John, George e Ringo com unhas e dentes. #fandetected

Mesmo dissolvida em 1970, segue influenciando milhares de bandas mundo afora. Musicalmente e esteticamente. Até nas poses para as fotos, repara. Vejamos a evolução de estilo do Fab Four.

Em 1960, quando surgiram em Liverpool, o uniforme era o de todo bom roqueiro, jaquetas de couro. A gente nem chegou a conhecer essa fase direito e as fotos são raras:

Quando o grupo passou a ser empresariado por Brian Epstein, o cara achou que aquele visual era igual o de 500 outras bandas da época e botou ternos de alfaiataria nos Beatles. Tcharam! Eis o visual clássico, com o qual eles tocaram pela primeira vez nos Estados Unidos e ganharam o mundo:

Mais uma mudança no visual: o terno clássico passou de preto para cinza e o paletó perdeu colarinho e lapela, numa clara referência de seu alfaiate Douglas Millings ao collarless jacket de Pierre Cardin. As gravatas também ficaram mais finas.

Menos bom mocismo. As roupas já não formam mais conjuntos combinandinhos e os cabelos ficam maiores. Até as crianças adotam o corte a la Beatles. Meu irmão mesmo tem umas fotos assim, obra e graça de minha mãe, que nos passou o meme beatlemaníaco. Obrigada, mãe. =]

Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, Magical Mistery Tour, Yellow Submarine… Ainda mais experimentações musicais do que em Revolver. Os Beatles começaram a trabalhar com a animação em seus clipes, gravaram mais filmes. Tudo muito psicodélico, muitas cores. Uma viagem.

Daí eles foram pra Índia conhecer o Maharishi, fazer meditação transcendental e compor o clássico White Album. Voltaram encantados com toda a cultura do local e adotam batas, pantalonas e coletes artesanais, tudo bem colorido e estampado, um visual que eles mantiveram por um tempo após o fim da banda, principalmete George.

Fim da década de 60. A banda grava Abbey Road e Let it Be, faz aquele mini-show nos telhados da Apple e ACABA. Muita tristeza no mundo inteiro, mas cada um segue seu caminho, com mais ou menos sucesso. Enfim aquele visual anos 70, com cabelos compridos, barba, calças boca de sino, que nossos pais usaram. Ao menos o meu usou, mesmo sem gostar muito de Beatles.

O que a gente ainda vai ver nos próximos dias?

– Uma retrospectiva mais focada nele, Sir Paul McCartney.
– As musas do grupo.
– Bandas que bebem da fonte.
– Resgates de elementos dos Beatles na moda atual.
– Um close de MY PRECIOUS — o ingresso pra pista prime do Morumbi.

 


Temporada Paul McCartney

8 nov

Está oficialmente aberta a temporada PAUL MCCARTNEY nesse blog. Porque preciso aliviar essa ansiedade monstra que tomará conta do meu ser até o dia 22. Aguarde.

Roupa é subjetividade

5 nov

Tinha postado esse conto da Marina Colasanti no ano passado, antes do Blogueisso me deixar na mão e apagar boa parte do meu passado bloguístico. Consegui recuperar os rascunhos de alguns posts e irei postá-los pouco a pouco. Resolvi começar com esse, nem sei por quê.

Analisamos o percurso narrativo desse texto em uma aula de semiótica discursiva no primeiro semestre de curso. Não se preocupem, deixarei os quadrados semióticos de lado e postarei apenas o conto. Curto e contundente. Prestem atenção no papel da vaidade (expressa pelas roupas, maquiagens, cabelos) na construção da auto-estima e dos relacionamentos.

Marquei algumas passagens em negrito, não à toa. Tirar seus cortes de seda e batons é também silenciá-la, atacando sua subjetividade. De sujeito, ela passa a animal, a objeto, a uma pálida sombra do que fora.

 

Para que ninguém a quisesse
In: Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.

Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as jóias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.

Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair.

Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras.

Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.

Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos.

Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido em uma gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.

 

* * *

PÓS POST: Pra quem gosta de moda e literatura: Um dia antes, o super Oficina de Estilo fez um post delícia relacionando a teoria de construção do conto (de Edgard Allan Poe) com o processo do vestir.

O boom dos sites de compras coletivas

3 nov

Se você mora no Brasil e acessa a internet com frequência já deve ter se deparado com promoções tentadoras em sites de compras coletivas. Os mais famosos são o Peixe Urbano e o ClickOn, com descontos de até 90%, mas vários outros têm aparecido nos últimos meses. A idéia deles é ainda mais interessante do que a dos clubes privados, aqueles sites com ofertas de marcas consagradas (que prefiro chamar de outlets virtuais, só coleções antigas).

Por quê? Porque as promoções são geolocalizadas.

Quando morava em São Paulo, valia muito a pena comprar em sites como BrandsClub, Coquelux e Privalia. Afinal quem ia achar ruim ter descontos de até 70% em roupas Gloria Coelho, Neon ou Isabela Capeto, mesmo que de coleções passadas? Até que voltei pra Fortaleza e foi só decepção. Muitas promoções são praticamente anuladas pelo frete. No mês passado mesmo aconteceu com produtos Celso Kamura. Estava lá toda empolgada até colocar o CEP pra fechar as compras. Desisti.

Mas os sites de compras coletivas nos livram desse problema, porque todas as ofertas são na cidade que você indica no cadastro. Funciona assim: a promoção é anunciada, mas só se concretiza se for atingido um número mínimo de compradores em um determinado período de tempo (geralmente 24 horas). Caso essa meta não seja atingida, a promoção é cancelada e o pagamento devolvido. Por isso chama-se compra coletiva, porque é preciso juntar uma quantidade de consumidores pra ativar a oferta.

É um tipo de ação que tem tudo a ver com o boom das redes sociais. Para poder usufruir dos descontos, as pessoas acabam divulgando em suas contas de Orkut, Twitter e Facebook. Tanto que esses sites de compras coletivas já vêm integrados às redes sociais e prometem descontos extras ou outros prêmios a cada amigo conquistado para o clube.

Diferente do que acontece com os clubes privados, em que a gente recebe os produtos em casa, nos sites de compras coletivas, temos cupons que chegam por e-mail e devem ser apresentados na loja (ou apenas o código inscrito nele — importante pra quem está sem impressora, como eu). Isso permitiu que, além de bens, possamos usufruir de descontos em serviços, como salões de beleza, hotéis, spas, bares e restaurantes.

Para a empresa que participa, principalmente se nova no mercado, com redução calculada na margem de lucro, é uma oportunidade para se apresentar, atrair o consumidor ao espaço físico da loja, vender outros produtos e, principalmente, fidelizar o cliente. Por exemplo, essa semana comprei uma promoção para fazer manicure no Clube do Esmalte. Certamente vou fazer a pedicure também, que não estava na oferta, e se gostar do serviço acabo voltando independente da promoção (mas com promoção é melhor, claro).

Mas cuidado com o excesso. São tantos cupons, tantas ofertas maravilhosas, que 5 reais aqui, 20 ali, 50 acolá, quando você se der conta, o cartão vai estar nas alturas. Experiência própria. Afinal, aqui o tempo joga contra. A gente fica com medo de acabar esquecendo e faz a compra no impulso. Não é por acaso que um dos sites tem como slogan “Pensou, perdeu”. E também não custa nada comparar os preços com os demais sites pra ver se não tá levando um desconto de mentirinha.

Para os empresários que resolveram fazer parceria com esses sites, a dica é: se estruturem pra atender a demanda. Além de calcular a redução da margem de lucro, pensem se terão como oferecer o serviço satisfatoriamente a todos que compraram a oferta, uma vez que é colocado um número mínimo, mas não um máximo, para ativar a promoção. Sorvete é rapidinho pra fazer, mas tratamentos estéticos levam bem mais tempo. Se o cliente não se sentir satisfeito, não volta. E ainda faz propaganda negativa.

Alguns sites de compras coletivas pra quem está em Fortaleza:

Barato Coletivo – Site 100% cearense. No momento está cadastrando e-mails de interessados e fechando parcerias, mas promete para esta semana sua primeira oferta. O lançamento será quinta-feira no Degusti.

Peixe Urbano – É o pioneiro no Brasil, com ofertas variadas, mas principalmente bares, restaurantes e salões de beleza. Perdi uma promoção no Boteco Praia e não me perdôo, mas peguei outra da Empório do Pão, padaria viciante de Fortaleza.

Clube Urbano – Inaugurou o formato, nos EUA. O site avisa que Fortaleza estará em breve entre as cidades atendidas. Uma foto do restaurante La Romantica pode ser uma dica do que vem por aí. Ou será mais um #fail?

Imperdível – Nosso parceiro. Sorteamos um curso de automaquiagem da Contém 1g, lembra? Adquiri com eles uma promoção numa clínica estética perto da minha casa, mas ainda não fiz meu combo limpeza de pele + peeling + hidratação. Assim que fizer, comento se valeu a pena ou não.

Click On – Também já está atendendo Fortaleza, principalmente com ofertas em restaurantes e clínicas estéticas, mas ainda não comprei nada com eles.

Save Me – É um agregador de ofertas de diversos sites de compras coletivas (e também clubes de compras). Dá para filtrar os resultados por cidade e categoria. Facilita, né?

Plus size, desinformação, preconceito e o “rodeio de gordas”

27 out

Esta semana as Lojas Renner anunciaram que duas de suas marcas, Cortelle e Marfinno, iriam disponibilizar suas coleções em numerações maiores, até o manequim 54. Coisa a se comemorar, principalmente ao ver as primeiras fotos de divulgação, como essas ao lado. Roupas coloridas, estampadas e com modelagem variada. Uma das reclamações mais constantes que escuto de amigas com manequim acima do 44 é que normalmente só encontram roupas muito sérias ou muito retas — a temida silhueta de máquina de lavar ou botijão de gás. Sim, infelizmente o mercado de confecções leva milhões de mulheres a tratarem a si mesmas dessa forma depreciativa.

Foram apenas duas marcas, em somente uma rede de lojas, mas foi um passo importante. Já há alguns meses vemos revistas fazendo editoriais com modelos chamadas “plus size” ou “curvy” (que, vá lá, são o “size” da maioria, nada de “plus”). Bacana para a auto-estima, mas faltava encontrar as peças nas araras. As meninas viam, mas não podiam vestir. O mais legal da iniciativa da Renner é que eles não criaram uma linha à parte, mas incorporaram as numerações maiores a linhas que já existiam, naturalizando os mais diversos manequins que encontramos no Brasil. Diferente do que acontece no mundo das revistas e sites, em que os editoriais e conteúdos são sempre segregados e ganham o odioso rótulo. Mas isso é assunto pra outro post.

No último Colóquio de Moda, conheci a Fabiana Medeiros, de Porto Alegre, que pesquisa o assunto. Olha só: praticamente metade da população tem sobrepeso ou obesidade. Ela entrevistou 400 mulheres com numeração acima do 44 e mais de 90% delas não estavam satisfeitas com as opções de vestuário disponíveis no mercado brasileiro para o seu manequim. Claro. Ela esteve em 40 lojas e apenas 24 vendem o manequim 46. À medida que a numeração vai aumentando, as opções vão desaparecendo. Três lojas tinham o manequim 50, duas o 52 e uma o 54. E ter o manequim não significa variedade, às vezes trata-se de uma ou duas peças. Tipo pegar ou largar, gostar é secundário.

Infelizmente pessoas com muito prestígio na moda contribuem para que essa engrenagem continue empacada para uma enorme parcela da população. Desculpe, chamar uma pessoa fora de um padrão estabelecido (por quem?) de “anomalia” não é opinião, não é liberdade de expressão ou de imprensa, é simplesmente, além de deselegante e desrespeitoso, uma tremenda irresponsabilidade com a informação que está passando e com as opiniões que está formando. Porque estamos falando das “papisas” da moda, que muita gente segue cegamente como inquestionáveis. Gloria Kalil não é a única. Já vi muitos jornalistas, blogueiros e consultores falando da “apologia à obesidade”, do risco de se encorajar um comportamento pouco saudável, etc.

Pois bem, adivinha o que a Fabiana fez em sua pesquisa? Em vez de ficar no achismo, foi ouvir quem entende do assunto, os profissionais da área de saúde, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos. Vamos lá:

1. Sobrepeso não é necessariamente sinônimo de doença, principalmente se o caso for de massa muscular e não de acúmulo de gordura (lembro de uma amiga descendente de alemães, cuja estrutura óssea de toda a família é larga, ela nunca será 38)

2. Existe o sobrepeso por origem genética, sem ligação alguma com maus hábitos, em pessoas que se alimentam bem, fazem exercício físico regular, não bebem, não fumam (então não culpe alguém por sua gordura)

3. Se ver representada na mídia e conseguir comprar roupas do seu tamanho não incentivam o descaso com a própria saúde, pois a auto-aceitação é o fundamental para uma mudança comportamental (roupas que a valorizem ajudam no processo)

É muito triste constatar que vivemos uma época em que a própria saúde é espetacularizada na forma do corpo, pois não é só a saúde que importa, mas a imagem do corpo saudável (que a mídia, o mercado e a sociedade elegeram como sendo o corpo magro, como se não houvesse milhões de magros doentes por aí).

Sim, nós, jornalistas (e blogueiros também) temos nossa parte de responsabilidade nisso. A cada vez que cobramos que uma cantora, cujo trabalho é com a voz, retome a forma após um parto. Quando colocamos uma foto de uma atriz e destacamos, não seu trabalho, mas seus culotes. Ou se chamamos atenção para uma “apologia da obesidade” que não faz sentido.

Nos acostumamos tanto a esse pensamento e a metáforas baratas com baleias e elefantes (aparentemente tão inocentes, né?) que alguns acham “normal” tratar suas colegas como gado, desde que sejam “gordas”, claro.

Entre a palavra e o gesto há menos diferenças do que podemos imaginar.

Calor, aperto, hostilidade e status

25 out

“Compro, logo existo”
(Colin Campbell: Cultura, Consumo e Identidade)

 

Na minha última viagem a São Paulo a curiosidade meio jornalística, meio acadêmica falou mais alto. Quando me dei conta, estava naquele shopping da região central da cidade, famoso por seus produtos “paralelos” (ou “réplicas”) e “originais sem nota”. É assim que comerciantes e frequentadores chamam os bens falsificados e contrabandeados.

Se sofrer de claustrofobia, não entre. São quatro andares, centenas de estandes e um formigueiro humano carregado de sacolas. Eletrônicos, óculos, relógios, perfumes e bolsas. Muitas bolsas. As campeãs são Louis Vuitton, Victor Hugo, Prada, Chanel e – surpreendemente – Carmim. Entre as mochilas, Diesel, Oakley e em menor escala Kipling.

Reebok está em baixa e Adidas não vale mais a pena – no outlet da Teodoro Sampaio, com sorte, se compra a original por 70 ou 80 reais. Puma e Nike andaram “pegando pesado” na fiscalização e o pessoal resolveu “dar um tempo”. Foi o que me contou uma brasileira que trabalha por lá. Nativos são poucos. “Não confiam em nós, preferem manter as coisas entre eles”, disse. Eles, no caso, chineses e coreanos, em sua imensa maioria.

Se já falam um português monossilábico ou confuso, ao primeiro sinal de barganha ou pergunta mais comprometedora, avisam logo que “português não” e “só dinheiro”. Conversam entre si no próprio idioma, inclusive na nossa frente. Ou seja, podem estar falando qualquer coisa, o que é uma situação bem constrangedora. Às vezes anotam o preço num pedaço de papel ou digitam na calculadora. Estão sempre atentos a câmeras fotográficas e quando fazemos muitas perguntas logo questionam se somos jornalistas. Desconfiança no ar.

Assim como as bolsas, os óculos também seguem uma hierarquia. Expostos quase no corredor as cópias – ou “paralelos” ou “segundas linhas”, como preferem chamar – de Ray Ban Wayfarer das cores mais variadas, por 20 a 25 reais. Protegidos em vitrines réplicas de Ray Ban Aviator, Dior, Chanel, D&G e Cavalli, além de modelos esportivos Oakley. Os perfumes variam mais, geralmente são mais visados os “testers” (aqueles frascos de amostra das lojas) e ninguém se importa com a falta de embalagem.

Na esquina, guardas municipais são presença constante. Mas eles estão ali apenas para manter a ordem urbana, agindo em brigas e tumultos, por exemplo. Não é inoperância, apenas não é da competência deles a fiscalização da legalidade do comércio. Isso fica a cargo da Polícia Federal, que vez por outra aparece por lá e sai com caminhões abarrotados de mercadoria apreendida. Ações como essa costumam acontecer no fim do ano, quando o movimento aumenta por causa do Natal, reveillon e férias.

Logo depois eles voltam ao mesmo comércio. A prática é ilegal, mas as penas são brandas, de 1 a 4 anos de prisão para o crime de contrabando. Como as fiscalizações são poucas e o lucro alto, consideram que o risco vale a pena. É o que me contou outro brasileiro, antes de perceber o olhar recriminador do colega. Estava falando demais. Nem tanto, pois isso não é nenhuma novidade, né? O lugar está sempre cheio de gente em busca do preço mais barato, sem imposto. Mesmo quem já caiu no golpe do iPod recheado de papelão acaba voltando.

Certamente o lucro é alto. Para falar apenas das bolsas, há produtos “paralelos” para todo tipo de poder aquisitivo. As mais baratas “gritam” que são falsas, mas existem outras, bem mais caras, com acabamentos relativamente bons, tanto em costura quanto em ferragens (que é o que mais denuncia bolsas falsificadas, ao oxidar e manchar o couro ou lona), forros e materiais que enganam e até data codes. Vi “réplicas” de Victor Hugo a 300 reais, preço de uma boa peça de couro legítima de uma marca nacional menos famosa. Mas, ah, o brilho do logo… Quem disse que o consumo se dá por necessidade, né?

Todos os dias, multidões enfrentam calor, aperto e hostilidade em troca do poder simbólico de portar uma Louis Vuitton, ainda que não seja autêntica. Incrível o semblante de vitória ao sair do shopping com o “prêmio” em mãos, dentro de sacos de plástico opaco. Embora a mídia estigmatize como consumo popular, não são apenas pessoas de pouco poder aquisitivo que recorrem a essa prática. Cheguei a ver duas irmãs que frequentam os melhores salões de beleza da minha cidade, sempre bem vestidas, com celulares caros nas mãos e Honda Civic no estacionamento. E várias outras parecidas com elas. Fora as que compram de terceiros e de sites que se multiplicam.

Cada vez mais semelhantes ao produto original, as réplicas ganham o status de legítimas, de acordo com quem as usa. Afinal quem desconfiaria dessas moças no salão tão badalado? Mesmo que o monograma seja um pouco mais amarelo ou alça pareça um pouco torta, contextualizado ainda será um marcador social. Muito diferente da moça que porta a mesma bolsa no ônibus, com calça jeans de confecção local e unha descascada de trabalhadora.

A dona legitima a bolsa que legitima a dona.

Ou seja, na experiência de consumo o sistema simbólico se torna cada vez mais importante do que o bem em si.

Bora prestar atenção? O traço inconfundível de Mariana Kuroyama

19 out

Não lembro mais como conheci o trabalho de Mariana Kuroyama, provavelmente foi por algum amigo em comum. O fato é que seu traço é inconfundível: orgânico, intuitivo, delicado. Seus desenhos se tornam tatuagens, estampas de roupas e ilustrações que sobem pelas paredes — um exemplo está no Konibaa, em Fortaleza. Mariana nasceu no Distrito Federal, passou a infância por lá e depois veio para o Ceará, onde morou 15 anos e se formou em Jornalismo. O desejo de viajar e um ex-namorado a levaram a São Paulo, cidade que a surpreendeu e carinhosamente a capturou por tempo indeterminado. Fizemos uma entrevista por e-mail com a artista:

Primeira Fila – Desde quando você desenha e quando começou a fazer isso profissionalmente?
Mariana Kuroyama – Desenho desde criança. Parei por um longo tempo. Em 2007 já tinha voltado a desenhar há mais ou menos um ano. Fazia faculdade de jornalismo, estagiava no O Povo e estava entediada com tudo. Acordava e olhava o céu, as árvores, os pássaros e pensava, “Deus… quero ser instrumento dessa luz, dessa harmonia.”  Pouco depois saí do estágio e passei a me dedicar a diversas criações no atelier onde morava, no quintal da casa dos meus pais. Hoje encaro o que eu faço como algo que está a serviço dessa beleza natural.

PF – Teu traço é bem característico. Você segue algum estilo? Tem temas favoritos? Vi muitos pássaros…
MK – É bem espontâneo. Acho que a inspiração maior é a natureza em sua grandiosa biodiversidade, faço uma observação meticulosa dos seus detalhes, me aproximo sem medos. Talvez esse seja o motivo de tantos pássaros, eles cantam tanto e tão lindo. Encontro alegria nessa simplicidade, no que é orgânico… cheio de vida e beleza gratuitas, para os olhos de quem vê.

PF – Que desenhistas você mais admira? E quais te influenciam?
MK – De desenhista mesmo gosto muito do Escher, mas outros artistas me inspiram mais. Primeiro foi o trabalho da Isa Montenegro (minha irmã) que me influenciou bastante, se você pesquisar o trabalho dela vai entender o motivo.  Gosto muito dos pintores Michael Parkes, Alex Grey, Gustav Klimt, Dali e do trabalho do Gaudi. Meu favorito atualmente é o Hundertwasser, pintor austríaco conhecido como Rei das Cinco Peles e médico da arquitetura. Estou lendo livros sobre ele, é genial. Gosto bastante do trabalho de três tatuadores daqui, o Jun Matsui, Tinico Rosa e Brian Gomes, eles são grandes desenhistas. Algumas culturas com suas cores e formas me influenciam também, como a hindu, a árabe, a japonesa, e a indonésia.

PF – Roupas, paredes, peles, qualquer superfície é “desenhável”? Tem alguma diferença no teu processo de uma pra outra?
MK – É, acredito que a arte pode estar em tudo, ou em quase tudo. Tem diferença sim, no papel é vapt-vupt… as linhas vão surgindo quase que por si mesmas. No tecido e nas telas também. As paredes demandam mais tempo e concentração. E na tatuagem  a coisa é completamente diferente, pois a pele é uma coisa delicada, tem um processo bem específico para desenhar nessa superfície.

PF – A tatuagem é você quem faz também ou só o desenho?
MK – Eu faço as tatuagens, sempre dentro do meu estilo de desenho.

PF – Você só desenha/tatua para amigos? Se alguém se interessar por uma tatuagem sua, como faz?
MK – Comecei com os amigos, mas sempre chegam os amigos dos amigos, indicações, alguém que viu na rua e criou coragem de perguntar, essas coisas. Eu trabalho criando imagens pela internet também, basta entrar em contato por e-mail (mkuroyama@gmail.com).

PF – Vi que você escreve também (saladepapo.blogspot.com). Há alguma relação entre o que escreve e o que desenha?
MK – Vixe… taí, agora você me pegou. Deve ter… Mas não faço vínculo.

As fotos são do www.flickr.com/kuroyamasun

Eu ♥ bloquinhos

16 out

Ja tá todo mundo sabendo dessa edição limitada da Moleskine comemorativa aos 30 anos do Pac Man, né? Será que consigo comprar? Porque, prestem atenção, MOLESKINE + PACMAN, isso é sensacional. Olha o vídeo, que você vai me entender:

Certa vez uma amiga ficou chocada quando abri uma gaveta e ela estava completamente lotada de blocos, bloquinhos e blocões de todo tipo. É isso, minha gente, sou aloka dos bloquinhos. Não resisto a um. Talvez um dos fatores seja a profissão: jornalista precisa de um bloquinho nas pautas, porque às vezes o gravador falha, a pilha acaba ou simplesmente pra garantir a pauta. Sim, já aconteceu de eu gravar uma entrevista inteira e um colega depois apagá-la acidentalmente.

 

Parte da coleção. Esses são alguns dos meus favoritos.

 

Mas, independente disso, eu sempre tenho um na bolsa, pra anotar idéias que vêm de repente, rabiscar enquanto espero uma consulta médica, ler o que eu já escrevi. Muitas assessorias de comunicação têm um cuidado todo especial na hora de montar seus press kits, nos dando bloquinhos que são úteis, mas também são bonitos e ganham nosso coração. Daí não consigo jogar fora, mesmo depois dele ter sido todo escrito. Outros vieram de viagens de parentes e amigos, pois é um souvenir que adoro. Não satisfeita, ainda compro alguns, não resisto aos de museus, por exemplo.

Bloquinhos têm história. Onde compramos ou ganhamos, de quem, o que escrevemos neles, porque nos encantaram… Coisas que vêm à mente quando a gente os pega. Olha só:

 

Esse tem a capa toda forrada com jeans. Ganhei em uma Fenatec em SP, uma das minhas primeiras pautas fora de Fortaleza

 

 

Ganhei quando concorri ao Prêmio CNH. A sacada é genial: um prêmio para "focas" e "cobras criadas". "Foca", no jargão jornalístico, é o repórter iniciante.

 

 

Veio no press kit de inauguração da New Order em Fortaleza. A loja fechou, mas o bloquinho recebeu minhas primeiras idéias para o projeto de mestrado.

 

 

A capa reproduz um quadro de Velásquez. Minha irmã trouxe do Museu do Prado para que eu lembre que tenho que ir a Madri um dia.

 

 

Isso era a contracapa de um catálogo de moda. Achei o papel bonito e minha mãe, super prendada, montou o bloco pra mim com todo carinho.

 

 

Presente da minha chefe no meu último aniversário. Apesar de ter gostado de muita gente, ainda está em branco, na fila pra ser usado.

 

 

Ganhei na pré-estréia de SATC2. Odiei o filme e não sou muito fã de Swarovski, mas gostei do douradinho e o tamanho é ótimo pra levar na bolsa.

 

 

Moleskine que trouxe de um dos lugares mais apaixonantes que conheci, o MoMA. Pequeno, mas tem 6 meses de anotações de aula aí.