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Joguinho cinéfilo

3 dez

Não sei por que não vi na tela grande “Cada um com seu cinema”, coletânea de curtas-metragens sobre… cinema. O filme é de 2007 e foi gravado em comemoração aos 60 anos do Festival de Cannes, mas só assisti um dia desses no Telecine. São 33 diretores convidados, e só peso-pesado. Como em quase todos o crédito do diretor só aparece ao final do filmete, de mais ou menos três minutos, os cinéfilos como eu ficam fazendo joguinhos de adivinhação. Alguns não precisam de mais do que dez segundos. Além dos óbvios, como Nani Moretti, que é o próprio é o protagonista, e Walter Salles (quem mais iria colocar uma dupla de repentistas, se não o brasileiro?), temos os que colocam sua identidade logo de cara, como Amos Gitai (questão judaica), Kierostami (Palestina e dispositivo), Wong Kar Wai (suas cores e cortes inconfundíveis), David Lynch (David Lynch, ora mais!).

Beatles é coisa séria

26 maio

Não leio mais resenha de filme antes de assisti-lo. Quando vierem comentar, tapo os ouvidos. De agora em diante, só me entrego a um cinema sem expectativas. Depois de achar o trailler fofo, ler e ouvir elogios da amigos e da crítica, fui ver o tal do Across the Universe. A premissa é até boa: contar a história dos Estados Unidos nos anos 60 através de canções dos Beatles, e ainda com uma jovem promessa, o novo Ewan McGregor. Mas… ai, sono.

Não é péssimo, mas também não é brilhante como alardeado aos quatro ventos. É enfadonho, longo demais, tem problemas de conexão e o carisma do elenco é zero. Normalmente, a trilha é feita para o filme. No caso de Across the Universe, o caminho foi claramente inverso. Talvez por isso, a pobreza do roteiro, engessado às músicas, com excesso de informação e personagens que entram na trama sem função alguma, só para citar She Came in Through the Bathroom Window e justificar a execução de Dear Prudence, por exemplo.

Boas sacadas, como recontextualizar I Want You e Strawberry Fields Forever, politizando-as, são eclipsadas por outras, como aquela da viagem de ônibus e a tentativa de transformar a psicodelia em surrealismo na cena do lago. Dali deve estar se remexendo no túmulo depois daquelas bailarinas prateadas… Triste também ver as claras citações a Janis Joplin e Jimi Hendrix resumidas a um casal que se junta e se separa sem quê nem pra quê. Nem mesmo o figurino, indicado ao Oscar, se destaca, não é mais do que correto.

Talvez se não tivesse criado expectativa eu até tivesse gostado. Mas, sinceramente, saí frustrada. Assim, se for pra ver um musical com canções contemporâneas, prefiro Moulin Rouge. Se for pra acompanhar a hsitória americana, vou de Hair. Para ouvir uma trilha só com músicas dos Beatles, coloco I Am Sam pra tocar. E para ver o “novo Ewan McGregor”, fico com o velho Ewan McGregor mesmo — que a propósito teria sido bem mais ousado na citação à foto de Annie Lebovitz, super apropriado à época retratada. A filmografia do moço tá aí pra provar.

Sei lá, podem me chamar de rabungenta, mas pra mim Beatles é coisa séria.

Alta Fidelidade

7 maio

Eu e meu complexo de Nick Hornby adoramos listinhas Top 5. Nada que se compare à lista de “25 homens que parecem velhas lésbicas” encontrados pela Lucy, porque isso é para profissional. A minha singela seleção da vez é a que a CNN fez por esses dias unindo duas das coisas mais deliciosas do planeta, música e cinema. Estão lá os dez melhores casamentos de música e cena. Ainda não consegui definir quais eu tiraria do ranking para humildemente colocar minhas sugestões:

fight-club-_the-end_

Where’s my mind (Pixies) na cena final de “Clube da Luta”
Just like honey (Jesus & Mary Chain) na seqüência final de “Encontros e Desencontros”
A town called malice (The Jam) e London Calling (Clash) em “Billy Elliot”
Os clássicos de Strauss em “2001 – Uma Odisséia no Espaço”
O tema de Nino Rota para “O Poderoso Chefão” em TODAS as cenas em que é executado

Sem paciência para post longo

4 maio

Aquele editorial que a gente fica com inveja de não ter feito: Julianne Moore, linda, ruiva e talentosa, na Harper’s Bazaar deste mês. Photoshop na medida certa sem interferir na sua beleza de mulher, mulher de mais de 40 anos, por que não? Nem é das minhas revistas favoritas, mas desta vez acertaram.

Qualquer semelhança não é mera coincidência. O restante das fotos aqui.

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Falando em Julianne Moore, esperando a estréia, com fé, em Fortaleza, de “Pecados Inocentes”. E também de “Um Beijo Roubado”, que não tem Julianne, mas tem JUDE LAW, oh Jude Law, e é do Wong Kar-Wai, que adooouro.

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Sei que a notícia é mais ou menos velha. Com a velocidade das informações hoje, duas semanas é tempo suficiente para a notícia morrer e ressuscitar dez vezes. Então ela ressuscita aqui: o recall das sandálias Crocs. Dizem que é porque estava causando acidentes em escadas rolantes. Por mim, elas não teriam nem entrado no Brasil, poderiam ter sido recolhidas logo na alfândega. Aquilo é um atentado antes de tudo estético. Em criancinhas até uns QUATRO anos, fica fofinho, mas ver gente adulta com aquile bico de pato no pé, faça-me o favor… Como sou contra colocar imagens feias no blog, só o link mesmo.

La Jetée

3 mar

Passado o desapontamento inicial com a especialização, estou começando a curtir. Se não fosse pela disciplina de arte interativa, talvez não tivesse conhecido esse maravilhoso “La Jetée”, ficção científica experimental de Chris Marker, realizada em 1962. Como é comum nesse gênero, o enredo é sobre o futuro da humanidade, praticamente dizimada por uma catástrofe nuclear, e como viagens no tempo poderiam evitar o pior. Mas há um grande diferencial: sua opção formal. Marker faz toda obra a partir de fotografias em still. Total ausência de movimentos, a não ser por um único instante. Apesar do estranhamento inicial, consegue dar bom ritmo aos 29 minutos de filme, com narrativa e montagem bem construídas, além da narração sombria na medida certa.

Essa pequena obra-prima inspirou Terry Gilliam a realizar “12 Macacos”, em 1995, trocando a guerra por um vírus fatal. Eram tempos de Ebola aqueles, lembra? Esse é assumido, mas se não for viagem demais também vejo ecos em “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” e uma relação com o universo das HQs. Como sou boazinha, consegui pegar na internet o filme na íntegra.

Sobre ele, resume Raymond Bellour:

(…) que esse filme condensa, em 29 minutos: uma história de amor, uma trajetória rumo à infância, um fascínio violento pela imagem única (o único da imagem), uma representação combinada da guerra, do perigo nuclear e dos campos de concentração, uma homenagem ao cinema (Hitchcock, Langlois, Ledoux, etc.), à fotografia (Capa), uma visão da memória, uma paixão pelos museus, uma atração pelos animais e, em meio a tudo isso, um sentido agudo do instante.

Quem não tem cão…

26 fev

Todo mundo já viu, pelo menos na internet, as fotos daquele ensaio belíssimo que a Vanity Fair fez recriando cenas clássicas de Hitchcock. A produção convocou vários queridinhos, como a oscarizada Marion Cotillard, a nova onipresente, para reviver a cena do chuveiro de Psicose. Estão lá Naomi Watts, Keira Knightley, Gwyneth Paltrow, Seth Rogem… ou seja, só gente bonita, elegante e premiada.

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Janela Indiscreta (Rear Window), de 1954. Porque é um dos meus favoritos (o outro é Um Corpo que Cai), o vestido está fabuloso e o Javier Bardem é o novo onipresente masculino.

Pois bem, nem tudo nesse mundo é lindo. Depois de declarar que gostaria que Wagner Moura o interpretasse em um filme sobre sua vida, Belo posa ao lado de Gracyanne, inspirado em Titanic. Leonardo de Caprio e Kate Winslet, tremei. E não pára por aí: o ensaio promete Latino e Mirela Santos, entre outras preciosidades.

E é óbvio que não colocarei a foto. Imagina, cafuçagem no meu blog assim de graça… mas se a curiosidade for grande, eis o link da matéria.

Egos and the city

4 out

sexthecity.jpgA cena ao lado é mesmo coisa de cinema. Sarah Jessica Parker e Kim Cattrall estão longe de terem superado as desavenças que marcaram a última temporada de gravações de Sex and the City. Mal começaram a filmar o aguardado longa e as brigas já recomeçaram, preocupando inclusive os produtores. Segundo o jornal britânico “Daily Mail”, a primeira semana já teve direito a brigas por Kim ter gritado com Jessica (que teria errado suas falas), por um par de sapatos vermelhos que seria usado pela personagem Carrie e foi pego sem autorização por Cattrall, além de um bate-boca em um happy hour no restaurante Butter, de NYC. Vale lembrar que o filme quase não sai por causa do conflito de egos das atrizes. Kim exigia receber o mesmo cachê de Sarah Jessica Parker, a protagonista e produtora executiva da série.