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O boom dos sites de compras coletivas

3 nov

Se você mora no Brasil e acessa a internet com frequência já deve ter se deparado com promoções tentadoras em sites de compras coletivas. Os mais famosos são o Peixe Urbano e o ClickOn, com descontos de até 90%, mas vários outros têm aparecido nos últimos meses. A idéia deles é ainda mais interessante do que a dos clubes privados, aqueles sites com ofertas de marcas consagradas (que prefiro chamar de outlets virtuais, só coleções antigas).

Por quê? Porque as promoções são geolocalizadas.

Quando morava em São Paulo, valia muito a pena comprar em sites como BrandsClub, Coquelux e Privalia. Afinal quem ia achar ruim ter descontos de até 70% em roupas Gloria Coelho, Neon ou Isabela Capeto, mesmo que de coleções passadas? Até que voltei pra Fortaleza e foi só decepção. Muitas promoções são praticamente anuladas pelo frete. No mês passado mesmo aconteceu com produtos Celso Kamura. Estava lá toda empolgada até colocar o CEP pra fechar as compras. Desisti.

Mas os sites de compras coletivas nos livram desse problema, porque todas as ofertas são na cidade que você indica no cadastro. Funciona assim: a promoção é anunciada, mas só se concretiza se for atingido um número mínimo de compradores em um determinado período de tempo (geralmente 24 horas). Caso essa meta não seja atingida, a promoção é cancelada e o pagamento devolvido. Por isso chama-se compra coletiva, porque é preciso juntar uma quantidade de consumidores pra ativar a oferta.

É um tipo de ação que tem tudo a ver com o boom das redes sociais. Para poder usufruir dos descontos, as pessoas acabam divulgando em suas contas de Orkut, Twitter e Facebook. Tanto que esses sites de compras coletivas já vêm integrados às redes sociais e prometem descontos extras ou outros prêmios a cada amigo conquistado para o clube.

Diferente do que acontece com os clubes privados, em que a gente recebe os produtos em casa, nos sites de compras coletivas, temos cupons que chegam por e-mail e devem ser apresentados na loja (ou apenas o código inscrito nele — importante pra quem está sem impressora, como eu). Isso permitiu que, além de bens, possamos usufruir de descontos em serviços, como salões de beleza, hotéis, spas, bares e restaurantes.

Para a empresa que participa, principalmente se nova no mercado, com redução calculada na margem de lucro, é uma oportunidade para se apresentar, atrair o consumidor ao espaço físico da loja, vender outros produtos e, principalmente, fidelizar o cliente. Por exemplo, essa semana comprei uma promoção para fazer manicure no Clube do Esmalte. Certamente vou fazer a pedicure também, que não estava na oferta, e se gostar do serviço acabo voltando independente da promoção (mas com promoção é melhor, claro).

Mas cuidado com o excesso. São tantos cupons, tantas ofertas maravilhosas, que 5 reais aqui, 20 ali, 50 acolá, quando você se der conta, o cartão vai estar nas alturas. Experiência própria. Afinal, aqui o tempo joga contra. A gente fica com medo de acabar esquecendo e faz a compra no impulso. Não é por acaso que um dos sites tem como slogan “Pensou, perdeu”. E também não custa nada comparar os preços com os demais sites pra ver se não tá levando um desconto de mentirinha.

Para os empresários que resolveram fazer parceria com esses sites, a dica é: se estruturem pra atender a demanda. Além de calcular a redução da margem de lucro, pensem se terão como oferecer o serviço satisfatoriamente a todos que compraram a oferta, uma vez que é colocado um número mínimo, mas não um máximo, para ativar a promoção. Sorvete é rapidinho pra fazer, mas tratamentos estéticos levam bem mais tempo. Se o cliente não se sentir satisfeito, não volta. E ainda faz propaganda negativa.

Alguns sites de compras coletivas pra quem está em Fortaleza:

Barato Coletivo – Site 100% cearense. No momento está cadastrando e-mails de interessados e fechando parcerias, mas promete para esta semana sua primeira oferta. O lançamento será quinta-feira no Degusti.

Peixe Urbano – É o pioneiro no Brasil, com ofertas variadas, mas principalmente bares, restaurantes e salões de beleza. Perdi uma promoção no Boteco Praia e não me perdôo, mas peguei outra da Empório do Pão, padaria viciante de Fortaleza.

Clube Urbano – Inaugurou o formato, nos EUA. O site avisa que Fortaleza estará em breve entre as cidades atendidas. Uma foto do restaurante La Romantica pode ser uma dica do que vem por aí. Ou será mais um #fail?

Imperdível – Nosso parceiro. Sorteamos um curso de automaquiagem da Contém 1g, lembra? Adquiri com eles uma promoção numa clínica estética perto da minha casa, mas ainda não fiz meu combo limpeza de pele + peeling + hidratação. Assim que fizer, comento se valeu a pena ou não.

Click On – Também já está atendendo Fortaleza, principalmente com ofertas em restaurantes e clínicas estéticas, mas ainda não comprei nada com eles.

Save Me – É um agregador de ofertas de diversos sites de compras coletivas (e também clubes de compras). Dá para filtrar os resultados por cidade e categoria. Facilita, né?

“Bora prestar atenção?” O Que O Povão Usa, um blog sobre a real moda da rua

31 ago

Esse post era pra ter entrado ontem, pra gente começar melhor esse dia chato que é uma segunda-feira. Enfim, toda semana tentarei escrever sobre alguém ou algum projeto que lança um olhar diferente sobre questões já cristalizadas ou que simplesmente faz seu trabalho com um cuidado especial. Pra inaugurar o “Bora prestar atenção?”, conversei com Douglas Carlos, estudante de Design de Moda em Pernambuco responsável pelo blog O Que O Povão Usa.

“A idéia da minissaia não é minha, nem de Courrèges”, enfatizou Mary Quant, sobre a peça que aparecia nas coleções de ambos em meados dos anos 60. “Foi a rua que a inventou”, completou. A força desse pequeno pedaço de pano que sobrevive até hoje estava justamente no fato de que não era normativa e nem estava dentro dos padrões do bom gosto da época. Basta lembrar que Chanel, até hoje referência inequívoca de elegância, não escondia que achava “horrorosa” a visão dos joelhos.

Minissaia: a passarela é que se apropriou da rua

A moda de rua, a priori, não segue regras. Não é o que vemos nos sites e blogs que se propõem a mostrar o estilo das ruas brasileiras. Fala-se de democracia da moda, mas uma democracia de limites estabelecidos. Dê uma olhada pela internet e verá que a rua de Londres, Paris e Estocolmo está melhor representada do que a nossa. Quando se abre espaço para a moda de rua dita brasileira, é um Brasil que se resume a São Paulo, Rio, de vez em quando Minas ou Porto Alegre. A rua é a Oscar Freire, a Augusta ou outra do Jardins por onde desfilam jornalistas, publicitários, DJs, estilistas… Uma parcela bem ínfima de Brasil, concorda?

Cansado de blogs de moda de rua que nunca mostram o que realmente se vê nas ruas, Douglas Carlos, estudante do quarto período de Design de Moda no Senac-PE, resolveu fotografar o que ele vê todo dia no ônibus, no metrô, na feira. E os resultados do O Que O Povão Usa são surpreendentes. Não é que as tais tendências aparecem por lá, de um jeito ou de outro!? E sem nenhum tipo de produção prévia (alô, Sartorialist!).

Sapatilha pra encarar o ônibus e um dia de trabalho: tendência e conforto sem desleixo

Não resisti e fiz um rápido ping-pong com Douglas:

Primeira Fila – Como você vê esse vestir popular? Há um senso estético?
Douglas Carlos – Eu percebo que, apesar das condições, o povão nunca quer parecer povão. Velhinhos e velhinhas usam muita alfaiataria (apesar da qualidade baixa das modelagens e dos tecidos). Os mais jovens gostam de usar camisa polo, que é super fácil de combinar e acaba deixando o visual mais bonito.

PF – Há algo que te chame mais atenção?
DC – Também me chamam atenção as evangélicas, que são privadas pelas igrejas de usar, por exemplo, uma calça. Mas elas conseguem usar de forma bastante diversificada uma simples saia: várias formas, estampas…

PF – Você considera “o povão” realmente destituído de qualquer informação de moda?
DC -As tendências só chegam no povão por último, e nunca da mesma forma que as pessoas que têm informação de moda. Por exemplo, só depois de muito tempo que o povão realmente usou a calça sarouel. Há casos e casos, mas acredito que a maioria dessas pessoas só vestiram essa peça porque era uma novidade que estava em todas as lojas. Então eles viram e pensaram: Isso está na moda! Mas não sabem qual a origem da sarouel, quem foi o responsável por essa peça virar moda… Mais ou menos isso.
PF – Qual seu conceito de “moda de rua”?
DC – Moda de rua é aquilo que as pessoas usam, seja tendência ou não.
PF – Você acha que a informação de moda oficial (de revistas, programas especializados, sites) ainda está muito atrelada a um vestir europeu ou norte-americano?
DC -Pelo que vejo, as revistas tentam de toda forma com que as pessoas usem as tendências que vem lá de fora. E se esquecem que o clima daqui do Brasil é diferente, que as necessidades do brasileiro são outras. Olhar menos para o hemisfério norte (impossível  deixar de olhar) e pensar mais no hemisfério sul faria com que a moda fosse mais democrática e poderia ser um caminho pra criar uma moda realmente brasileira. Acho que isso também serve para as grifes de moda.

Olha a combinação de cores dessa senhora!

>>> O Que O Povão Usa está aberto a colaborações: é só mandar seu registro de rua para oqueopovaousa@hotmail.com
[Em breve vou voltar a esse assunto da moda de rua brasileira. Aguardem!]

Lady Gaga, musa transmidiática

12 jul

Apesar das ameaças constantes, ninguém conseguiu tirar Madonna do trono da música pop. Mas se nesse vasto reino há um condado transmidiático, ele é todo dominado por Lady Gaga. Goste-se ou não da cantora, é inegável a inteligência e eficiência dela (ou de sua equipe) em utilizar os recursos das redes sociais, dos dispositivos móveis e da tecnologia em geral para alavancar sua carreira.

Segundo Henry Jenkins, o autor do conceito, a cultura transmidiática se baseia num tripé que une convergência midiática, cultura participativa e inteligência colaborativa. Ou seja, trata-se de uma narrativa que “passeia” entre várias mídias, expandindo aquele universo. Mas nada disso consegue ir adiante sem a participação dos fãs. Mais do que a história em si, o que importa é como ela é contada, daí o grande sucesso de Lost, que acompanhava ao mesmo tempo em que direcionava o comportamento migratório dos fãs pelos múltiplos suportes (seriado, foruns, games, entre outros).

Nessa hibridação de conteúdos de “novas” e “velhas” mídias, podemos recorrer a Derrida e seus conceitos de suplemento e complemento. Simplificando, o complemento se adiciona a alguma coisa para que se complete, como num jogo de Lego em que as saliências da coisa se ajustam às reentrâncias do complemento. Essa é característica da transmídia, e talvez um dos exemplos mais elucidativos seja o do projeto The Tulse Luper Suitcases, do cineasta Peter Greenaway.

Isso é diferente do suplemento — que vemos em transposições e formatos multimidiáticos (um livro adaptado para o cinema, um show transmitido pela internet ou o site de uma novela). O suplemento, para Derrida, é exterior e um excedente a princípio desnecessário, já que se oferece a algo que já é completo. Ele não acrescenta, a menos que seja para substituir. Pense nas transmissões de shows ou desfiles de moda pela internet, elas não complementam, elas substitutem espetáculo ao vivo.

O mais importante é lembrar que não é uma transformação apenas tecnológica, mas cultural, em que o consumo tornou-se um processo coletivo e os consumidores agora são também produtores. O Pierre Levy sintetiza bem: a formalidade e a hierarquia das indústrias caem em decadência, enquanto as tendências apontam para o aumento da cooperação e da seleção individual.

E a Lady Gaga nisso tudo?

Ok, logo na introdução do seu “Cultura da Convergência”, Jenkins destaca a indústria fonográfia como uma das mais afetadas por essa nova forma de produzir e consumir a mídia. E a maioria das gravadoras ainda não sabe como lidar com a situação (tente incorporar no seu site um vídeo da EMI e verás). Daí vem a Lady Gaga, que teve seu clipe de Alejandro visto mais de 8 milhões de vezes em 48 horas, apenas em seu canal oficial no Youtube.

O clipe, aquele mesmo que foi dado como morto na virada dos anos 90 para os 2000 (vai entender, na mesma época em que Spike Jonze, Chris Cunninghan e Michel Gondry faziam seus trabalhos mais inspirados). Mais um motivo para querer falar sobre Lady Gaga: ela reabilitou um formato. Inclusive seu empresário, Troy Carter, já afirmou que os vídeos da cantora são concebidos pensando no Youtube e seu potencial viral.

Aí entramos na seara da participação do prosumer (consumidor produtor), aquele que recria em cima do que foi jogado por Lady Gaga na rede, a exemplo das apropriações feitas pelos fãs de Star Wars. Basta colocar “Bad Romance” na busca do Youtube e teremos versões do clip em desenho animado, em Lego, The Sims, além de inúmeras paródias que sua gravadora nem pensa em coibir.

Dave Kusek, vice-presidente da Berklee College of Music e responsável pela gerência de música digital da escola, deu um passo a mais ao falar da conexão emocional de Lady Gaga com seus fãs e de como isso funciona na prática em termos de marketing. Por exemplo, ao tatuar em seu próprio braço o apelido dos fãs (little monsters, em referência a seu álbum Fame Monster) e mandar por e-mail, ela cria uma conexão emocional com os fãs, passa a idéia de comunicação contínua e ainda mantém um belo banco de dados. Na entrada dos shows, são cadastrados também os números de celulares dos fãs. Um deles recebe uma ligação de Gaga no meio do show para conhecê-la no camarim. Isso proporciona ao fã um experiência exclusiva, uma espécie de prêmio pela fidelidade. Para sua gravadora, mais uma importante ferramenta para mapear os fãs.

Lady Gaga é presença constante também nas redes sociais, com milhões de conexões no Facebook e seguidores no Twitter, que recebem informações em primeira mão em tom pessoal, sem a cara de tuítada de assessoria. Os fãs se sentem ainda mais privilegiados por serem autorizados a captar imagens dos shows e disponibiliza-las no Youtube, Facebook, Flickr, enquanto a chamada “mídia oficial” sofre restrições para fazer o mesmo, motivando o fã a ser o seu maior divulgador e defensor.

Chegamos então no outro ponto-chave da estética transmidiática: a criação de um universo pelos fansumers (fãs consumidores). À vontade com as competências participativas, não apenas se apropriam das imagens dos clipes e shows e os remodelam como bem entendem, mas também expandem esse universo em outros meios, tendo a internet como sua principal plataforma: surgem aí a WikiGaga (um dicionário com os termos e expressões do universo Gaga), o GagaDailyFashion (com seus looks), os Gagagames de todo tipo e inúmeros tutoriais de make up de suas apresentações e clipes, por exemplo.

Todas essas iniciativas de fãs convivem lado a lado com seus canais oficiais (site, Twitter, Facebook, Youtube), além de um site “semi-oficial”, o blog de Nicholas Formichetti, figura central da Haus of Gaga, coletivo que cuida de sua imagem. São os velhos sentimentos de pertencimento, participação e valorização. Junto a uma série de “mandamentos” criados por Formichetti, surgiu o tal “Gagaísmo”.

Prejuízos?

Lady Gaga conseguiu então ser o melhor exemplo de artista da grande indústria musical a usar a cultura digital a seu favor. Aí você me pergunta se tanta liberdade aos fãs não acarreta prejuízos. Não é o que os números dizem: em 2009, ela conseguiu vender 20 milhões de singles digitais e 8 milhões de álbuns, o que fez dela uma das artistas mais bem sucedidas do ano. Com apenas três clipes (Just Dance, Poker Face e Bad Romance), bateu o recorde de 1 bilhão de acessos em vídeo na internet. Isso sem falar na renda gerada pelos seus shows, sempre lotados…

Com sua imagem ampliada e replicada em diversas mídias (ainda que de forma incontrolável), Lady Gaga se tornou um negócio rentável para parcerias. Sua excentricidade e exuberância visual é mantida por marcas de vanguarda, como Alexander McQueen e Gareth Pugh. Em seu penúltimo clipe, Telephone, uma super-produção com mais de 9 minutos de duração, não faltam ações de marketing explícitas ou implícitas de grandes marcas, como LG, Polaroid, HP e Diet Coke.

Ela ainda foi esperta o suficiente para serializar alguns de seus clipes (caso de Paparazzi e Telephone), ainda deixando um “to be continued” para atiçar a curiosidade dos fãs, o que impulsiona ainda mais a narrativa transmidiática, através de suas referências, citações e encadeamentos que os fãs tentam decifrar em fóruns e comunidades. Daí eu afirmar com total convicção que a indústria fonográfica deve muito a Lady Gaga na era da convergência digital.

É a elevação a enésima potência do que já caracterizava a cultura pós-moderna. Não há inédito ou individual e tudo pode ser relido, copiado, multiplicado nesse consumo coletivo de imagens. Inclusive a própria Madonna — para a raiva de muitos.

* * *

Pós-post Só explicando a origem do post: Quando tive que escolher um tema para o seminário da disciplina de Práticas Transmidiáticas, logo pensei em relacionar à moda e à minha dissertação. Mas após quebrar muito a cabeça, vi que não havia exemplos interessantes o suficiente, ou seja, a indústria da moda está vacilando por não perceber os retornos que as estratégias transmidiáticas podem lhe trazer. Não, não é só fazer um twitter da marca com algumas promoções ou mimar blogueiros com brindes, não…

Então enquanto me desesperava em busca de um tema, meu twitter baleiou por causa do lançamento de Alejandro, o aguardado novo clip da Lady Gaga. Eis que estava ali o meu tema, que — vejam só — ainda flertava com a moda, pois hoje em dia não há quem use a moda como mídia comercial melhor do que Lady Gaga. Depois de algumas observações da professora e dos colegas, achei interessante dividir o conteúdo com quem se interessa por transmídias.

Quando falta a noção…

7 jun

srslySeu colega de trabalho, vizinho ou roomate carece de bons modos? Quem nunca passou por isso, né. Difícil dizer o hábito mais irritante: aquele que deixa o celular tocando nas alturas, o que cantarola o que só ele está ouvindo no I-Pod, o outro que não repõe o papel higiênico ou ainda o que deixa resto da refeição na geladeira ad eternum, entre tantos outros. Kerry Miller se irritou com um ladrão de comida. Em vez de colocar laxante nos chocolates, o que certamente indicaria o culpado (eu pensaria seriamente nessa opção), ela passou a deixar bilhetes constrangedores. A coletânea deu origem a seu site Passive Agressive Notes — que obviamente recebe inúmeras contribuições de todas as partes do mundo. Yes, a falta de noção parece ser universal.

Recadinho escolhido em clima campanha anti-paredão de som.

Gene Simmons tá pagando de Reginaldo Rossi

15 abr

Tomei um susto vendo Ugly Betty semana passada. Achei que tinha visto Reginaldo Rossi numa ponta.

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Gene Simmons, cara, se eu fosse tu, ia na Deusarinna fazer uma maquiagem permanente do Kiss. Ou corre o risco de ir parar de figurante no Clube do Brega, facim, facim…

E este é o melhor blog da semana: cearensesinternacionais.wordpress.com. Tem umas esticadas de baladeira, mas a maioria é mermim que tá vendo.

Para representar a moda

9 mar

Talvez a fotografia seja um dos campos onde a relação entre arte e moda tem sido mais bem resolvida. No mais das vezes, raras exceções, sempre me soa clichêzão – tipo uma muleta: “Não, moda não é fútil, não é efêmera, não é frívola. Moda é arte”.  A coisa não desenvolve. A pessoa não tem nem um conceito de arte e já vai tachando algo como tal. E uma discussão que daria tanto pano pra manga morre por falta de argumento…

Na fotografia, parece que se encaixa melhor. Vemos à serviço da moda o formalismo de um Irving Penn, os ares surrealistas de William Klein – e seus ecos em David Lachapelle. Richard Avedon, Helmut Newton… Vejamos agora mesmo o trabalho de Nick Knight.

Alexander McQueen

Alexander McQueen

Naomi Campbell, para a V Magazine

Naomi Campbell, para a V Magazine

Seu SHOWstudio é mais do que um site. É um projeto colaborativo que se propõe novas formas de representar a moda. E dá um passo à frente: mais do que a fotografia, há vídeos, instalações, luz, sensações táteis e outros jogos.

Parceria com Hussein Chalayan

Parceria com Hussein Chalayan

Inventivo, influente, visionário, Knight é um daqueles casos de ame ou odeie. E particularmente amo. Amo a forma como ele explora o suporte em suas representações e a ousadia em romper com as convenções da beleza, trabalhando com a dor, mutilações, hibridismos… Não por acaso suas parcerias são com estilistas também inquietantes, como Hussein Chalayan e Gareth Pugh.

Inclusive leva a assinatura de sua ex-assistente, Ruth Hogben, o videoarte com a modelo Natasa Vojnovic apresentado semana passada por Gareth Pugh para o seu inverno 2010:

No Brasil, vale lembrar a experiência de Layana Thomaz no Fashion Rio 2006/07, quando sua coleção Made in Japan foi vista em vídeo:

A imagem tem infinitas possibilidades, e a representação da moda, definitivamente, não se resume mais à passarela.

Psicopatas da net

5 mar

Ok, sei que a internet é só o suporte para o psicopata exercer sua loucura, mas adoro filmes, livros, HQs que só poderiam ser concebidos no século 21, como essa tirinha que catei no blog do Mário Aragão.

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É do Adão Iturrusgurai.